Na tua chama deito o meu rosto,
derramas nos meus ombros o teu calor
e adormeço sob o teu crepitar
num abraço quente de ternura.
Na mente passeamos pelos vales da imaginação,
corremos mundos de poemas
ao sabor da lareira da paixão que arde de mansinho.
Paramos em cada palavra que saboreamos
como estação de serviço de textos
aberta vinte e quatro horas por dia só para nós.
Neste lugar, bem no centro do nosso universo,
onde deitamos o olhar para o céu e, (fogosos!)
rumamos ao infinito num elevar de almas.
Dou-te o meu braço ao ritmo da escrita,
pegamos na caneta, traçamos o rumo
e juntos subimos pela atmosfera
num toque de dedos enleante.
Com gestos meigos te agracio a pele
sob as roupas da poesia que nos vestem
como manto de cometas circundando Mar(te)
e levitamos para a eternidade do espaço
onde as estrelas são testemunhas do desejo...(imenso!).
Esta noite sou teu
em cada traço que desenhares com formosura
pois neles verás os meus olhos desaguando no teu olhar
como duas lagoas iluminando a íris do teu ser.
O brilho que mexe contigo,
que sempre quiseste ter.
Invoco-te dentro de mim noites a fio...
entra em mim sequiosa, sem pejo!
Como dois cúmplices do nascer de uma flor
num verdejante campo ao sol pousado,
despimos as pétalas de bela fragrância
e entornamos cada sequioso movimento um no outro
numa apaixonante enlaçar de ti em mim, de mim em ti.
Nos braços um do outro regeneramos sonhos
(de amor!)...num abraço quente de ternura.