Engoli a melancolia de uma existência vomitada,
A soma de distúrbios perdidos em espiral autofágica,
Lembranças erguendo-se de trevas em memória de mártires,
Um brilho evocado dos lábios frios materializando-se
Assim que a escuridão é rompida pela manhã,silenciosamente.
O céu desabou a guisa de armadilha,mortalha,
Fatalmente acreditei no paraíso exibido através dela,
Uma confusão acertada em ilusão apaixonada,
Quando a constatação de que o abraço jamais retornará,
Novamente o bastardo cospe sua revolta,
O brilho fugiu de meus olhos,ao dilúculo obscurecido um brinde sanguíneo
pois viver não satisfaz mais nada.
Toda retórica consoladora e fácil
Some no abismo infinito perdido em solidão
Sem as elipses de cápsulas mágicas prozaquianas
Onde estará então quem amo ?
Ao contemplar o fulgor do tântalo ostentado displicente,
O devaneio de uma corda dilacerando a vontade,
Em sufocante cena de morte,um lençol que não move-se sustentado o suicida.
Apagado no espelho fechado,
Contando as tragédias em montes de feridas
Distante,algo desaparece atravessando a luz de outrora,
Estou morrendo,silenciosamente,
Para quem sabe despertar ao anoitecer de um sonho
e descobrir que jamais houve uma chance para nós dois.