A estagnação…
Um momento solitário compromete este refúgio que parede de água bebe com desespero de causa.
Desatentos, as lembranças, sustentam as garras enigmáticas da vontade eufórica, que tempo debita nas passagens silenciosas de um relógio.
A solidão, desequilíbrio, ter rumo incerto, aventuras desoladas, o coração sofre, entrega-se, as paredes choram desencantos do desejo amaldiçoado.
A barreira, comprometem-se nas mãos de um verso, as palavras, são fortes, humanidade surge de uma luz vibrante e remanescente, alteram-se as palavras sujeitas do meu testamento.
Sou morte vã, sou incoerência, por acaso, sou destemida sombra guerreira, lutando com os ventos, desencanto do sol, sou, prepotência sinistra do meu tempo.
Sinto…
E como sinto as mãos que me agarram, que sufoco me oferecem os olhos, sou um monstro feito e consumido por palavras, ser terreno, abraçam-me as paredes loucas da minha demência.
Psíquico, pensamento insiste em perder-se, como eu, o corpo desce à terra lentamente, consumo do fogo carente, que são as lágrimas, incestos de um pequeno momento.
Deixo de mim… Tudo!
Solidão, falsidade, o mundo revigorado, entrego medos e desabafos, o homem corre procurando, cavernas do seu tempo são refúgio de sentimentos.
Que seja enigma, ou nada, sou ser que vive, sou espada, lâmina que trespassa sem misericórdia, saboreando sem dó o sabor das palavras.
É o medo que me dá forças, é o caminho que me devora, o tempo ausente é vitória, o estandarte, meu corpo flutuando no ar que demora.
Todos os caminhos se deitam, agora que os meus sonhos não acordam, que apenas os pesadelos tomam conta…
E este mundo!...
Este pedaço de terra engana-me com belezas lúdicas, descalço corro as estradas perdidas, que foi mundo enclausurado nas desilusões do tudo.
Não tenho caminho, não, insaciado pelo beijo que me tomou, revolto-me, consumo com vontade do pecado, meu único vício, namoro corpos de verdade, sou carne, namoro os olhos cobardes das paisagens que devoram, o pouco que resta, do meu passado.
Somente guerreiro, o pesadelo entrega-me dos dias um silêncio, minha solidão premente, escrevo nas paredes a cor dos meus olhos, são lágrimas que vestem este quarto, onde resto eu, os fantasmas, as aventuras e o silêncio.
Meu lugar perante os homens, ser batalha, ser vontade, ter versos nos cantos da boca que saliva mastiga com interrogações de decência.
Sim, não vou remar a maré atordoada onde se afogaram as vozes do meu silêncio.
Não, não vou correr as mãos que adoram o tudo e o nada.
Ficam lágrimas insípidas, seguimentos de vida, ficam matérias de dor, ficam nas paredes abençoadas, regadas com palavras, um pouco…
Um pouco humano.
Um pouco de louco.
Paulo Themudo