Já não sei da minha idade,
Existo. Falta-me tempo !
Já não sei se é verdade,
O que acredito, neste momento.
Já não sei se esta vã vida,
Está de ida, ou mal começou.
Já não sei se há uma saída,
Neste rumo incógnito, que sou !
- Já estou meio a ficar,
Meio farto, de assim ser...
Cheio, de pouco saber,
Cansado, de não conseguir
Na cidade, um lugar ocupar !
- Já não sei quem seguir,
Quem me quer. Quem me tem.
Se posso ir, mais além
Ou se já tudo acabou,
Onde espero ainda ir.
- Já não sei para quem estou
E o tédio, faz-me em pouco.
O tempo, não me dá troco
E eu apático, me resto
Por quem, de ontem me sobrou.
- Já não sei para que presto,
Se para inapto ou aprendiz ?
Sou. A soma de quem me fiz !
E serei, quem me construir.
Venha tempo. A vida, eu empresto !
Já não sei se sou capaz,
E tenho pressa, de chegar.
Já não sei voltar atrás,
E onde estou, não quero ficar.
Já não sei se sei partir,
Como quem, se fez alguém.
Já não sei p’ra onde fugir
E fujo, já não sei de quem !
Já não sei quem seguir,
Quem me quer. Quem me tem...
... Já não sei p’ra onde fugir
E fujo, já não sei de quem !
Urbano da Vila/84/93.