A nossa solidão pede ouvidos,
refúgios onde aninhar nossas tristezas
contadas por palavras em debandada.
E se aos prantos em fuga elas se vão,
em perplexidade escapam à garganta,
pedem abrigo a qualquer morada
batem a portas fechadas, indiferentes...
mas inda insistem por quem as ouça
enfim...
ah, nossas palavras em sonoridades
pronunciadas,
confirmam aos ouvidos descrentes que
ainda nos debatemos nestas águas
de mortais de mortes prometidas,
de poetas em ânsias lúcidas e espanto!
Ah nossas palavras aos punhados
espalhadas,
como pétalas de fanadas flores
fortuitas,
como pássaros em busca de abrigo,
querem um aconchego onde pousar cansaços,
querem um ombro, recostar sua cabeça,
um milagroso unguento pra pensar suas
feridas!