Sei de um olhar brilhante
Sem princípio nem fim
Que se deita no mar e me mata
E dança á noite no meu coração
Sei de um sonho de páginas
Contrário à ciência
Que vive quando finda a música
Que gasta a minha paciência
Sei da realidade
Sei da verdade
Sei da escrita e das vozes
Sei do silêncio dos meus ossos
Sei da minha almofada
Sei que gasto o mundo
As fraquezas e os colossos
Sei da inquietude e da vaidade
Mas sei também
Que o tempo e a distância
Não gastam a idade