Eu hoje eu habito num deserto, ao longe vens tu, sempre ao longe tão perto, habito num deserto, e eu só quero o teu olhar, como a luz num rosto de uma doçura antiga. Habito num deserto, a paisagem lenta, o espreguiçar dos dias, as noites sem fim, O teu rosto fragmenta-se em mil e uma noites que nunca terei do teu lado, habito no deserto, já não sei para onde vou, dá-me uma mão, mesmo que seja para me apontares que o horizonte é nulo, e a ausência se prolonga em todas as coisas. Dá-me a imagem do rosto amado, e a mão ilusória- (habito num deserto, tão longe de ti, tão perto) vem...