Definitivamente o frio veio para ficar.
Estando nós no Outono,
recuso-me a pensar, como será, em
chegando o nada flexível Inverno.
As mãos gelam-me os pensamentos,
que faço tenção, de aqui deixar
registados, assim tento abster-me,
do quarto gélido, e, fazer de mim,
uma força concordante.
Meus pensamentos primeiros, vão para
ti, força motriz de meu ser, às vezes
triste e revoltado, com toda a miséria,
que, as gentes, insensíveis, não cuidam
de reparar, numa total indiferença,
para com os demais.
Preso, braços e pernas, assim vivi anos,
num cubículo minúsculo, tentando
soltar-me das amarras,
que me impunham, na infância, entre
falsas crenças e maledicência, com as quais
devia pactuar, enquanto braços e pernas
definhavam, para agrado de muitos.
Porém crescendo, fui-me libertando,
fugindo da mentira e criando meus
próprios pareceres, ideias e ideais, baseando-me
na experiência, que a vida me deixava, e,
no muito que fiz questão de ler, sem preconceito,
pela leitura escolhida, pois só lendo as várias
opiniões, fui redigindo e firmando a minha, até
aos dias de hoje.
Tudo tem o seu quê de verdade, o mal é o
maldito fundamentalismo, consumindo as
pessoas, até à sua ignóbil membrana, cegando
o ser humano, até ao mais irracional de si mesmo.
O único livro verdadeiro é aquele, que as pessoas
escrevem no seu dia-a-dia, sendo humildes para
consigo e os demais, criando um bom ambiente,
à sua volta, e, daí, crescerem felizes, por se
sentirem parte integrante, de algo verdadeiro e único.
Jorge Humberto
01/11 /08