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Gaúcho

 
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Eu caminho encima do meu cavalo
Para ver o mundo bem mais claro
E chegar mais perto dos acertos
Se for a pé só enxergo por perto
E por isso é quase que certo
Que não poderei fazer consertos

Se á noite eu estiver nos campos
Não pense que são pirilampos
Alguns claros vistos nesta hora
Por que a lua lá encima clareando
E sua luz em minha bota propagando
As fagulhas são reflexos da espora

Lá no bolicho vou tomar uma pura
Pois gaúcho não gosta de mistura
Para matar a minha grande sede
E aí jogo umas partidas de bingo
Depois volto pra casa no pingo
E vou deitar e descansar na rede

À tarde eu me torno um campeiro
Vou à invernada apartar bezerro
Para noutro dia poder tirar leite
Por isso acho a minha vida boa
Pode dar sol ou cair uma garoa
Que vivo bem com a minha leide

Eu tenho uma pequena palhada
De tudo que tem, não falta nada
E assim vou levando a minha vida
Não preciso de carro e de luxo
Pois nunca falta nada pro bucho
E assim vou continuando na lida.

jmd/Maringá, 02.11.08


verde

 
Autor
João Marino Delize
 
Texto
Data
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1796
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