Faz tanto tempo, que o tempo é o mesmo,
Vivo sempre tão perto da repetição.
Mudam os espelhos, o reflexo é sempre igual.
E agora o que ela quer?
E os passos mesmos de ontem,
Amores não querem a mesma face,
Tão perto, tão longe,
Não vivo de repetição.
O que quer dizer?
Reflexo e retina,
Brilho e oposição,
Amor sem redor,
Saudade sem direção,
E sempre tão longe.
E sempre tão perto.
E agora?
Guarde as palavras.
Alguém há de ouvir.
Haverá sempre o contraponto,
Opositor, censura.
Embora fique. Vá.
Faz tempo, e o tempo é sempre bem maior,
Que a maior de todas as conversas,
Maior que o amor, maior é a dor.
Saudade é corte, fundação,
No fundo do poço mais profundo.
Leo Magno Mauricio