Andando pelos corredores
Dum urbano cemitério
Espiei mudo e sério
Uma metrópole calada!
Cidadãos de todo tipo,
De toda faixa de idade
Fazem dessa cidade
Sua funérea morada.
Epitáfios com retratos,
Elogios, dizeres, poesias...
Evocando antigos dias
Dos saudosos moradores.
Imponentes casas tumulares.
Casebres mal construídos –
A urbe dos falecidos
Tem de tudo, e até flores!
Horas passadas nesse lugar,
Onde o tempo fez parada,
Ensinam que não valem nada
As vaidades, as posições sociais...
Numa necrópole um dia,
Quando emudecer nossa voz
Eu, você – sim, todos nós –
Seremos nada...E nada mais!
Enquanto a “tocha da vida”
Ainda nos ilumina,
Com Deus, façamos bom nome,
Porque o solo não consome
O que está na mente divina.
PERFIL
Não sou lindo.
Não sou lenda.
Mas sou ledo.
Penso muito.
Falo pouco.
Desde cedo.
Renego a morte.
Desprezo às trevas.
Odeio a dor.
Aprecio a vida.
Gosto da luz.
Amo o amor.