Dilacerada em meus braços pendentes,
Uma lágrima sanguínea,frígida que some na ilusão flamejante,
Da dor pungente o contundente golpe de fadário temido,
Solidão apresentada sob o cadáver fecundando a terra escura do coração,
Em forma pulcra,sagrada que se dilui na tristeza.
Fulgidia prece de mãos unidas ao colo frio,
Olhos fechados despertam-me do letargo embaraçoso
e a flébil canção a guisa de marcha ecoa na mente pertubada,
Gostaria de morrer quando a alvorada cuspisse sua luminosidade baixa(Que assim seja).
A solidão é o vazio de uma decepção já conhecida,
O espelho de outro reflexo amoroso e não compensador,
A entrega ,a ilusão de força e poder quando então tudo se decompõe
E a podridão já não pode ficar escondida mascarada pelo contentamento,incentivada pela melancólica percepção de sentido que falta e energia esgotada.
Lânguido e sutil ,o sorriso permanece no retrato dedicado,
E palavras em amplexo amargo de desprezo disfarçado e carinho,
Amalgamados na desconfiança e distância física
de almas que jamais se encontrarão, lábios que não concretizaram a mudança necessária.
Inebriado na alvura macia da pele,dos braços e pernas,do calor tão necessário para prosseguir,
A fidelidade ao ideal de proteger e viver apenas para ser feliz através de outrem,a mulher deslumbrante que atravessa o campo dos sonhos para realizar de forma simples aquilo que mais importa.
Véspera de outono,flor de helianto fecha-se,
Não mais o alento de permanecer e contemplar tudo que desejo mas não obterei,
Trevas irmanadas vão desaparecendo entretanto pássaros não cantam,,
O nome dela apenas ao surgir o primeiro sinal,despontando uncólume o astro
amanhece,sem a solenidade desnecessária,
Estou partindo para longe daquilo que lutei para conservar durante tanto tempo
Rompendo o véu tênue que liga-me ao mundo dos que não repousam eternamente.