No umbral, da janela, de nosso
quarto,
já se escuta o cantar mavioso,
dos pássaros amanhecidos,
no róscido da manhã.
Não se ouve uma leve
brisa,
lá fora, e, o tempo está quente,
o que nos obriga
a abrir as janelas,
refrescando o espaço,
onde descansam nossos segredos,
mais íntimos.
Abertos os estores, com a
claridade entrando,
sem pedir licença,
teu rosto mostra-se generoso,
a um céu azul e límpido,
que se apossa da cor de teus olhos.
Em perfeito silêncio, naturalmente
ensonada,
deténs-te no meu pescoço,
espreitando o movimento da rua,
sem esquecer-mos o beijo,
compartilhado com todo o respeito.
Observas o jardim, lá em baixo, e,
não deixas de notar,
como ele cresce viçoso e colorido,
para olhos cansados.
E aberto o álbum, das recordações,
trazes à lembrança,
que tudo devia ser assim:
acordados que estamos,
para a manhã,
deixar que a beleza, corra-nos no peito.
E sair para a rua,
plenos de amor e auto-confiança,
sempre com um sorriso no rosto,
em caminho sem escombros.
Jorge Humberto
29/10/08