Silêncio, calma, neste momento não escuto nada, apenas me deixo ficar. Quero voar e espero a brisa do teu corpo para me elevar. Quero sonhar, e espero que chegues para me abraçar. Silêncio, manto eterno, tranquilidade que meu peito extravasa, momento de infinita tranquilidade que me permite desdobrar as asas e esperar-te.
Fui verso por ti inventado, instante mais desejado, lugar onde te perdias para me encontrar. Fui letra a oiro gravada, símbolo na pedra esculpido, história ao vento contada, passado em lendas construído. E tu, lembrança em mim guardada, perfume de princesa encantada. Foste livro onde te escrevi, folha branca que aos poucos preenchi.
És deusa, mulher, imperatriz, loucura que meu peito sempre quis. Divina beleza, eterna lembrança que me corpo balança, Luz, que a noite rasga em pedaços de papel, que como flocos de neve caem no Inverno do meu ser.
Em todos os corpos que vivi, encontrei de ti um traço, um instante em que me relembras a tua constante presença em mim. E estendo as asas, sinto a brisa forte que aí vem, vendaval que se agita com a tua chegada. E voo neste silêncio, com os sonhos no pensamento, contigo em meu peito, rumo ao horizonte distante, onde me esperas, mulher, menina amante.