Vou por Alfama e desço à Mouraria...
Já não oiço os pregões
tão pouco o ardina, que por ali passava,
de corrida ao Rossio.
Do Castelo olho o Tejo,
mas não busco traineiras,
que traziam a sardinha...
carapau e faneca.
Já morreu o engraxador,
a varina e o fadista,
que cantavam os pregões,
desta Lisboa que foi.
Desço o Chiado, sem meninas das flores,
que vendiam violetas
aos amados lisboetas.
Já se foram as tipóias,
os aguadeiros e figos.
fugiram os guarda-nocturnos
e lavadeiras também.
Ficam um outrora de saudades,
duma Lisboa castiça
onde os meninos brincavam
ao arco e ao balão.
Ficam lembranças dum tempo,
que o tempo apagou
nas vielas e nos becos,
a história desta Lisboa.
Eduarda