Cantas a flor do mártir esquecido em silêncio sepulcral,
A dor do lírio enlanguescido,
Sob o céu torrencialmente cinza de agosto,anjo,
Perde-se no tempo a tristeza,apenas ela reina.
Na lousa fria o pranto disperso,
A solidão devoradora de almas dolentes
Cantas a pungente infelicidade que não cessa
e a imaginação que ao túmulo precoce leva.
O pendor desesperado da promessa de vida
Em turíbulo imundo onde repousa o vazio
Púbere princesa morta arrancada de um sonho longícuo,
Não responde ao meu clamor apaixonado.
Anjo mármoreo que divide lágrimas de sangue,
Longo é o punhal que ostentas pendente na mão direita,
Salva-me então anjo de olhos vítreos e empresta-me,
Para destruir este invólucro debilitado que jão não suporta
Construir monumentos a fúnebre existência de vazio e solidão,saudade.