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Delírios infinitamente tristes

 
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Avolumando-se a minha frente estrelas de longos braços e garras,
Comprimindo veias azuis sob a pele de papel,quanta dor desde então!
Fulgor de noites e jazigos onde lendas derramavam-se dolentes,
Adoecido e solitário,vinho aquece meu coração frio ocultando parcialmente as lágrimas.

No entanto cada vez que o abismo engole a parca coragem,
Recorro a lembrança daquele abraço,
Um jazigo prateado com longas velas e anjos mutilados,
Posso sentir o sangue respingando na face contrita.

O rastro de braços pendentes e pernas cortadas cirugicamente,almas arruinadas,corpos desfeitos,
Sonata noturna do campo para enternecer pesadelos,
Tocar as mãos pálidas da distinda dama falecida,abandono precoce,
Pereça comigo outra vez então eu disse,
Ninguém compreenderá,ninguém jamais se importou além daqueles imaginados.

Libertado o rebento do infinito páramo,
Alvadio semelhante ao guardião,torvo calabouço,
É pus que abundante transborda em pulsos que gritam:Amor!Mesmo que por um dia!
Nuvens pairam sobra o campanário,umbral desditoso,
Meu repouso será apodrecer sem a lembrança da rejeição,a certeza do fim é a esperança que resta,
Quanto tempo se passou não sei,cubro-me de retalhos das chagas recentes de infância.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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