tu...
que te sentas numa janela sem flores...
que vives o dilema de ser quem não és...
de mentires a tua alma,
como areia de chuva em teu cais de ausência,
não te aproximes dos limites da existência...
das altitudes sonantes...
onde o silêncio dos sonhos se diluem negativamente na tua almofada.
tu...
que enraízas palavras...
pobres de alquimia..
que entras nos domínios atrozes
das emoções alheias...
e derretes o fulgor da brisa em comum.
tu...
que renegas o presente
como coisa abstracta...
como algo ridículo a sentir...
como produto inacabado...
num imperfeito condicional.
tu...
que não sabes a diferença dos despojos... obliquamente impostos ao teu nascer...
renega a tua existência...
para o sonho acordar.
Eduarda