Singrando mundos e marés, descobri-me
adormecido, nas areias de tua praia.
Brilhava alto o sol, como se quisesse, enfim,
cumprimentar-me, adentrando meus sonhos
particulares, onde só tu cabes, trazendo
aquele gosto a sal, impregnando tua pele,
por caminhares à beira-mar, guardando o
vasto horizonte, pai de todas as distâncias.
De uma leve carícia, de tua mão, desejada,
ao passá-la pelos meus olhos, ainda dormentes,
fui saindo lentamente do torpor, que me colhia
o corpo por inteiro. E o teu sorriso tão bonito,
ao olhá-lo, logo me disse, que eras tu, sentada
a meu lado, pernas cruzadas, num vestido leve
de carmim. E baixando-te lentamente, até à altura
de meus olhos, roubaste-me longo beijo.
Então, como duas crianças insanas, rebola-mos,
dunas abaixo, até alcançarmos a fímbria da água
do mar. E, continuamos, entrando cada vez mais
mar adentro, jogando água um no outro, rindo
de nossa felicidade, por nos encontrarmos, lado
a lado, compartindo sentimentos, no dar largas
ao nosso amor. Exaustos, buscando o bom porto
da praia, abraçamo-nos, até a noite nos alcançar.
Jorge Humberto
24/10/08