Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Quando as luzes do teatro se apagam
O palhaço, pode dar vazão a sua dor
Lágrimas que em seus olhos paravam
Correm livre, no rosto, agora sem cor
Pois o palhaço, sofre, tem coração
Mas no palco, faz a plateia gargalhar
E é ali, no escuro, que ele da vazão
A dor que em seu peito esta a torturar
Dor por ter perdido, quem ele tanto amou
E que ninguém, poderá siquer, ali imaginar
Que a saudade, dentro dele se aninhou
E que quem ri, ali, é a pintura, a disfarçar
Pobre palhaço, que não tem direito a sofrer
Pois ali, no picadeiro, ele é somente a alegria
Não pode nem uma simples lágrima vir a verter
E amanhã, terá novo espetáculo, pois é um novo dia