Minha querida mãezinha,
Um dia me contou;
Já eu rapazinho
E com todo temor;
Atento ouvi
Uma história medonha;
Com fundo de horror...
Conheci uma jovem,
Disse mamãe,
Que no auge de sua dor;
Ao perder o filhinho querido
O primeiro, o infante;
Sucumbiu em loucuras;
Deixando exposto,
A grandeza de seu amor!
Diante da perda, a dor!
Dor terrível;
Dor dilacerante! Meu Deus!
Meu filho único!
Meu filhinho querido
Acorda filhinho!
Respira e volta,
Chora pelo menos!
Nem que seja um pouquinho
Todos lamentavam;
Ela não aceitou;
Ela não se prostrou!
Hoje, dizia ela,
Rirei da face da morte!
E naquela noite;
Contrariando o padre,
Os parentes,
Os amigos,
Os avós,
A mãezinha em sã loucura;
Toma o cadáver frio do infante;
Agasalha-o em seus braços;
Com lenços finos e brancos;
Embala o pequeno ente;
E no leito de sua cama,
A mãe dorme o sono do inocente...