Foi por descuido que o sol
se deitou sem nervos
nas palhas quentes da lua,
foi por engano,
vulgar lapso vagabundo
que a despiu do chão ao tecto
e lhe amou os cabelos,
no namoro dos perfumes
que exalam à surrapa da vigília,
guardiões dos sonos desbotados
... foi uma incrível confusão,
dos beliscões ao rubror
entre actos omissos
por dentro das roupas envergonhadas.
Foi sim senhor! Uma banal distração
dos contornos e das distâncias
e caiu de chofre no sentido da noite,
senil de paixão e ópios enlouquecidos
à força do mimo que a lua baila
feliz astro de noivado.
Foi por acaso,
uma singela distração,
que o sol lhe encheu os olhos de filhos
carinhos de calor, esplendor
e nos filamentos de tantos acasos
o dia aprendeu a amar o luar,
extravagante dos outonos rejeitados
e melancólicos erros amantes,
na essência de uma noite
que era sogra dos ventos também...