Língua presa, num pequeno mundo,
suportando surda e torpe dor;
mantendo olhar seco e rotundo
p'ra distante nevoeiro encobridor.
Espectando nos fumos de um café
lobrigar segredos e mistérios;
meditando rumos vistos p'la galé
- espúrios pensamentos, sacrilégios.
Vai a barca balouçando, perigosa,
passa, norteada extra-compêndios,
de mãos para mãos; em gerúndios...
Secando-se a mesa onde navega,
ocular globo a mão esfrega,
e descendo, cai a lisa testa, estrondosa...
José Jorge Frade