Sonetos : 

o canto não espantou os meus males

 
Vão,
insipiente, inocente,
não sei se urge, ou insurge,
nem qual o mote, ou a razão.

Não,
não é cura, serei doente?
Algures se afunda e surge
do cérebro para a mão.

Acção,
doação,
prisão

emoção,
evasão,
vão...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
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Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 23/10/2008 20:58  Atualizado: 23/10/2008 20:58
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: o canto não espantou os meus males
Gostei do texto!Como sempre ,continua muito criativo!

Enviado por Tópico
ImprovávelPoeta
Publicado: 23/10/2008 21:18  Atualizado: 23/10/2008 21:18
Super Participativo
Usuário desde: 04/06/2008
Localidade:
Mensagens: 141
 Re: o canto não espantou os meus males
Não é em vão que escreve assim.
A mesma pergunta me martela por
vezes a cabeça e o juízo.
E acho que, sim, é:

Acção doação prisão emoção evazão vão

e a demonstração de que esta paixão não tem razão.
Mas nunca é em vão.

Obrigado por este momento.

Silvério.