Quando eu era ainda criança
Não tinha muita esperança
De conhecer a luz elétrica
O claro era só da lamparina
Com sua luz bem pequenina
Iluminava a noite tétrica
Quando chegava seis horas
Ainda me lembro até agora
Minha mãe pegava um funil
Despejava o querosene encima
Enchendo todas as lamparinas
Depois acendia seus pavios
À noite quando eu estudava
Perto da lamparina ficava
Para fazer a minha lição
Esfumaçava todo o meu cabelo
Mesmo assim com muito desvelo
Eu cumpria a minha missão
E aggora quando eu me reporto
Deste tempo de pouco conforto
Onde tudo era feito a mão
Não sabe da missa o terço
Quem não se virou no avesso
Naqueles tempos do lampião.
jmd/Maringá, 22.10.08
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