Poemas -> Surrealistas : 

ainda me doem os pulmões que não respiram

 
ainda me doem os pulmões que não respiram
em horas mortas
a floresta
ainda, em disfagia, tento engolir o que resta
d’alvorada brava da demora.
demoro-me. (de)moro-me em mim
vazia

mareada, espraio o olhar cansado
em consumos moderados
de azul-cobalto
o mar
o olhar cinzento
busca o verde …
o verbo, a relva, o pasto… a maça que trinco
que mastigo e beijo devagar,
insana

bebo
o chá preto, busco a riqueza do tanino que me prenda
à amurada.

ainda me doem as guelras, fora d’água.

peixe
mulher
pele
escamas. … ainda!


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Autor
Mel de Carvalho
 
Texto
Data
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1946
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 22/10/2008 12:26  Atualizado: 22/10/2008 12:26
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: ainda me doem os pulmões que não respiram
Melzinha,
Suspiro de mulher/sereia, ser que não se sente, de momento, completa na sua essência.
Beijinhos
Nanda


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/11/2008 14:24  Atualizado: 28/04/2009 14:37
 Re: ainda me doem os pulmões que não respiram
Inquieta, a alma suspira, e rebusca-se em versos, verbos, na angustia e fome da procura por sentidos, alma em metamorfose, lindo e inspirador poema!