Neste nosso céu cor de anil,
Vagava a nuvem que o pranto minava,
Tão sutil a imponente ante o sol que brilhava,
Tingia-nos de esperança como nunca se viu.
Era a eterna aquarela,
Que surgia no mês de Janeiro,
Ao sertanejo contemplando no terreiro,
As cores do arco-íris na tarde tão bela.
Era dilúvio no sertão,
Que banhava nossas almas,
E aliviava tantas magoas,
Do bravo sertanejo de nobre coração.
Chuva para semear,
Da terra colher frutos, flores,
Do trabalho receber louvores,
De Deus e o sustento da terra tirar.
E quão belo era este momento,
No sertão sempre que cai a chuva,
Não se ouve do sertanejo um só lamento,
Apenas o soprar do vento incidindo em suas rugas.
Rodrigo Cézar Limeira