Pedi-te a lua.
E tu por amor disseste que a ias buscar.
Partiste num final de tarde pelo caminho dos sonhos em direcção ao ocaso do horizonte. Quando lá chegaste, já tinha caído o véu da noite e a lua redonda estava a acordar.
Com um silencioso cuidado, aproximaste-te devagar para ela de nada se aperceber e, vendo que ela estava distraída a conversar com as estrelas luminosas, a agarraste e embrulhaste no teu saco de magia para a esconder.
Mas as estrelas, agora furiosas por verem a sua rainha a ser roubada, uniram-se em astro cadente e, com a força de um trovão, despedaçaram o teu coração e transformaram-te em cinza prateada. De seguida, a lua libertaram e esta retomou majestosamente o seu lugar para de novo o céu sombrio iluminar.
Foi o luar que me contou o que tinha acontecido.
Por tanto sonhar, percebi que te tinha perdido.
Mas, apesar de não mais te poder tocar, vejo-te nos reflexos de prata que o luar pinta no mar. E esse brilho ninguém jamais mo poderá tirar.