Sombra e pó,luz nos olhos mortiços
Dança cadáver junto as trevas da alma,
Um anjo passeia entre as sementes da nova morada
Abraço o infinito com o carinho de amigo,
A coragem covarde que faltava.
Os pés nas areia macia,o mar movimenta-se engolindo bons desejos,
Aguas turvas no litoral que some enquanto se caminha,
A morte sussura meu nome placidamente,
Uma carrugem funambulesca atravessa o horizonte.
Entregue ao dissabor da autodestruição viciante,
O sangue amargo não honrou a derrota,
Apodreço diante do túmulo de querida mulher
Enterrado na destruição de sonhos intemeratos partilhados.
Apático oferto o que resta de vazio ,
Suporto uma lágrima que vagarosa passeia,
Dolente atravesso a diáfana passagem para o fim,
Imagens e recordações,lápides tombadas.
Iriante é a lâmina que encerra o tormento,
Sinto a candidez amalgamar-se com brumo e ódio
Alva monocromática estende-se mortalha mais que digna,dolorosa consumindo amorosamente meu coração já estático,epitáfio tênue de cega despedida.