Contenho as palavras quando te sonho sem evitar o remorso do silêncio que te dedico, as lágrimas que pedem para sair congelam nos meus olhos, que, fechados, ainda te lêem. Sou mendigo por culpa própria, por alimentar a distância que a vida nos reservou com um simples calar.
Não me envergonham as palavras que te escrevo, apenas me castram aquelas que, sem coragem, não te digo.
A tua imagem acompanha-me desde que o nosso céu se cruzou nas páginas da nossa vida. Velo-me porque te sei longe, porque os meus anos passam longe dos teus, os ponteiros da minha existência fazem contra-relógio no tempo que teima em escassear.
Beijo-te as mãos geladas pelo frio da nossa vida.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma