Absolutamente Nada
Como posso parar?
Parar de lhe querer
Cessar de lhe escrever
E não mais sofrer nessa vida que nada de bom me trouxe
Além de você...
Como posso respirar?
Quando tudo que eu mais queria era descontinuar
Tudo que aqui comecei e sei que jamais poderei terminar
E se a vida que lhe dedico não representa nada a ti
Nada vou poder fazer além de esperar tu viver
E ver que amor igual ao meu não mais vai ter
Amargamente se arrependerá ao saber que não mais terá
Alguém que lhe verdadeiramente amou e não mais voltará...
Como posso querer?
O que o desfalecimento me fez apetecer
Alguém que mais uma vez nunca amará o meu ser
E me impedirá de viver
Ao mesmo tempo me devolvendo a vontade de almejar
Algo nesse lugar onde tudo é esquecido e vulgar...
Como posso escrever?
Se o choro não susta nem por um período!
Se minhas mãos tremem somente ao saber que não atingirei meu objetivo
E que por mais que haja esforço e que eu não queira ouvir um não
Nunca atingirei o seu coração...
Como posso levantar?
Onde não há chão!
Onde tudo a minha volta não passa de ilusão
A mesma que me levou a ti
E que agora tirar-me vai novamente toda a vontade de existir...
Mas a conformação de precocemente ir ao inevitável encontro final só me faz sorrir
Pois sei que após isso
Sofrimento vindo de sua parte não mais eu terei
E voltando aos fatos que aqui vivo
Poderei me virar e ver o que me tornei
Absolutamente nada...
Ronaldo Bezzi