Hoje quis fumar o meu cigarro
Mas em manifestação clara
De fraqueza, o cigarro é que me fumou.
Não tenho filtro,
Sou 100% consumível.
Fuma-me até ao fim.
Sinto o alcatrão no coração,
A nicotina nos pulmões,
O peso na consciência!
Consome-me até ao fim.
Não deixes nada.
Não tenhas misericórdia de mim.
Cigarro que me fumas,
Concentra-me todo em ti.
E a seguir manda-me ao chão.
Quero ser objecto fumado
E esquecido na calçada,
Lembrança inútil e perdida.
Obedece à minha ordem, cigarro!
Hoje será o ultimo dia
Das nossas tristezas.
19 de Outubro de 2008