Desfecho Interlúdio
Tristeza essa que nunca acabará
Amiga minha, de idas e vindas
Que há
Em cada pensamento e idéias minhas
Em cada ato
Premeditado ou impensado...
Essa que sempre me acompanha
Não importa aonde eu vá
E que não se acanha
Pois sabe que não morrerá
Mesmo se tudo que é
Um dia vir a não ser...
Companheira de vida
Parceira de morte
Serás tu minha sorte!
Que me ajudará a libertar-me pra sempre
Dessas amarras que me prendem
Nesse lugar que nunca quis estar
Pois não sei amar...
És tão amiga que não me abandona nem nos piores momentos!
Catástrofes, caos, qualquer evento!
Estás sempre lá minha amada lamúria
Tu que nunca deixas mostrar minha fúria
De inconformismo conformado
De animal acuado
Que faz de mim um ser terminal
Sem desfecho sem final
A não ser ao teu lado
Esse é meu destino...
E assim pra sempre será!
Maldição mais bela não há!
Morrer ao lado de quem sempre me acompanhou
Judiou, espancou, matou!
Mas ainda a amo
Pois onde quer que eu vá
Lá estarás!
Tu fazendo-me companhia
Sozinha, mesmo que estejas em todo lugar
És presente até no ar!
E a esmo escolhe alguém para lhe alimentar
De sonhos perdidos
De amores sofridos...
Ó tristeza minha amada
Não me abandones agora
Logo nessa hora
Em que tudo é desfecho
E agora vais comigo pois tiraste-me do meu eixo!
Comigo serás enterrada
Esquecida, amaldiçoada!
Estás tu preparada?
Para a verdadeira face da depressão.
Pois nada és sem mim
No fim dessa ilusão
Percebo como sou mais forte que ti
Pois precisas de mim!
Eu não de tu
Mas achei que podia amar
E esse amor acabou por me matar
E foste tu minha conselheira!
Mas vais sobreviver?
Quando toda minha alma perecer
E nada mais restar
Além de tu ao meu lado na cova
E o que restou da minha áurea na fossa...
Da vida!
Ronaldo Bezzi