De que matéria são, as palavras?
feitas e nascidas, que nos fogem
que nos escapam
à frente dos nossos dedos
esponjosas, fluidas,
de que ventos e de que água
nos preenchem o ar, soltas;
em que sonhos mergulhados
em que névoas vogando
vamos ao seu sabor?
Oh, mas de que matéria,
de cuja qualidade se compõem?
se morremos tal nos faltem,
em silêncio...
José Jorge Frade