Enviado por | Tópico |
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Bruno Sousa Villar | Publicado: 18/10/2008 11:24 Atualizado: 18/10/2008 11:24 |
Da casa!
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Re: Parte velho, paga novo
queres dizer en..., certo?
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Enviado por | Tópico |
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MariaSousa | Publicado: 18/10/2008 11:29 Atualizado: 18/10/2008 11:29 |
Membro de honra
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Re: Parte velho, paga novo
Muito se poderia dizer acerca deste poema curto...
Gostei da "ironia satírica". Bjs |
Enviado por | Tópico |
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António MR Martins | Publicado: 18/10/2008 11:33 Atualizado: 18/10/2008 11:33 |
Colaborador
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Re: Parte velho, paga novo
Nada dura para sempre!...
Irónico, mas com imensa mensagem. Dá para meditar, e muito... Um abraço |
Enviado por | Tópico |
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Nanda | Publicado: 18/10/2008 11:49 Atualizado: 18/10/2008 11:49 |
Membro de honra
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Re: Parte velho, paga novo
Rogério,
Descreves com originalidade a tragédia de um enfarte. Amigo, és espectacular. Apreço Nanda |
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Alberto da fonseca | Publicado: 18/10/2008 12:17 Atualizado: 18/10/2008 12:38 |
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Re: Parte velho, paga novo
Amigo, eu que já tive dois... fico a pensar.
Isso do parte velho paga novo, já foi tempo, agora os seguros, é: partes velho pagamos ainda mais velho e não sabemos quando. Abraço amigo e bom fim de semana A. da fonseca |
Enviado por | Tópico |
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visitante | Publicado: 18/10/2008 13:51 Atualizado: 18/10/2008 13:51 |
Re: Parte velho, paga novo
Ironico!
Mas como sempre MUITO ORIGINAL!! beijinhos... ( da Malvada!! ) Luisa Raposo |
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Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 24/08/2016 09:19 Atualizado: 24/08/2016 09:22 |
Da casa!
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Re: Parte velho, paga novo
De um humor (bem) negro…
Todavia, faz-nos pensar... A “vida” do “vaso imperial” “nos séculos perdida” – valorizada por uma cultura que sabe que a sua História assenta nestes objectos que nos ficaram de tempos idos, contextualizando-nos no Tempo e a vida de um “idoso” que, devido a um enfarte, deixou cair a “jarra Ming”. O homem pulsa, o homem sente, o homem tem uma só vida. Também a jarra não voltará a ser o que era depois da desagregação (mesmo que criteriosamente “puzzleada”) mas uma jarra é uma jarra e este idoso somos nós - um ser humano apanhado de surpresa pela morte. Os “cacos” da jarra “sangravam” no “braço sem vida”, diz-nos o poema. Mas não são os “cacos” da jarra que mais “sangram”, é o homem que sangra porque é ele que possui esse fluido vívido. O homem cai, mas a sua “mão” “tinha o vaso apertado” – esta tensão entre o “braço sem vida” e a mão que consegue apertar a jarra despedaçada, num derradeiro gesto de tentar proteger o inevitável (em vez de se defender da queda e se tentar proteger a si próprio), assombra-nos. Mas o poema não fica por aqui… dizendo-nos, ainda, “parte o velho e a velharia se parte”, jogando com o verbo “partir” (diferente em ambos os casos) e, simultaneamente, juntando o “jarro” ao “idoso” ao considerá-los como “velhos”. Caçados por toda esta tensão mórbida, parece que já não há mais nada a dizer… mas o sujeito poético ainda se estica (mais um pouco) dizendo: “paga o novo o funeral” – e lá surgem as macabras consequências com que um familiar morto nos toma, obrigando-nos a pensar em coisas práticas quando a emoção nos leva para bem longe, devastando-nos. Já o “enfarte”, quem o paga/pagou foi o “vaso imperial”. E ficamos a pensar “E o idoso? Ninguém fala do idoso?” - fala-se do novo, fala-se do vaso e a vida, ali perdida, passa ao lado do poema… … e, ao fazê-lo, põe-nos de alerta para esta evidência: a morte levou-o consigo, quem ficou foi o “novo" e a “vaso”. A “jarra Ming” será recuperada e ainda haverá de ser exposta num Museu, o novo pagará o funeral e terá de aprender (irremediavelmente) a lidar com a perda, e o “idoso” foi… anónimo como todos nós. Um poema que vai muito a fundo, bem rente à fragilidade humana… tocando-nos irreparavelmente por ela. Um Grande Poema. |