Olhos ávidos, perscutando
o mundo à sua volta...
pleno de interrogações.
Quem?...Onde?...Porquê?...
Sózinho divagando,
procura, vai buscando
respostas...não encontra!
A desconfiança
enche-o de ansiedade.
Vagueia!...
Em cada homem
vê um inimigo.
Em cada riso,
um escárneo...
Nos abraços ,
traição!
Que vida!
Que tortura!
Que desilusão!
Desconfiando,
avilta o coração.
Baixa a cabeça,
trémulas as mãos,
lábios sem cor!
Sente frémitos de ódio,
não de amor!
Pobre ser!
medindo os outros por ti,
rastejas,
apanhas migalhas
caídas pelo chão
das notícias
em primeira mão!
Afoitamente,
nada dizes:
O ódio em ti
tem raizes.
E sofres,
sendo tu o obreiro
do próprio sofrimento.
Como eu te lamento,
meu irmão!
Abre o teu peito
aos sentimentos nobres.
Ergue as tuas mãos ao Céu
e pede bençãos!
Lança o teu olhar,
com lealdade,
sobre toda
a Humanidade!
E sonha!
Puerilmente,
sem vergonha...
E aceita
dos outros os olhares,
as mãos e os falares,
sem medo
de que não sejam
o que são...
Mata a desconfiança
em teu coração.
E serás outro Homem,
já liberto dos temores
que agora te consomem.
Luta, que vencerás,
e então, finalmente, VIVERÁS