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O Passeio da Junta

 
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Não vão novos, só os velhos...
Há quem suba de joelhos
Queixando-se dos artelhos...
Mas isso não é motivo
Que os deixe ficar fora...
Gozar enquanto é vivo!!!
É o que se ouve mais agora.

Lá dentro é um formigueiro,
Cá fora...uma confusão!
Uma para entrar primeiro
Empurrou o Zé Leiteiro
Que caiu junto ao “Vidrão”

Depois de tudo acomodado
A camioneta já caminha...
Quando o Senhor Machado
Num movimento desastrado
Partiu uma garrafinha...

O casal que vinha ao lado
Ficou muito indignado
Com tamanha desfaçatez...
E mostrou ao Delegado
O vestido estragado
E o vinho derramado
Pelo marido da dona Inês.



Tudo ficou bem
como convinha!
Mal ...ficou o Machado
Por agora se ver privado
Do que a garrafa continha...

E talvez por isso
Numa área de serviço
Onde o carro parou
Esquecida era a briga...
Cada um de si tratou
E também aliviou
O intestino e a bexiga

No regresso ao autocarro
São contadas as pessoas...
Pois sabemos não ser raro
Por estranho que pareça
Por causa de um cigarro
Alguém ficar sem pressa.

Quando entram são vaiados
Com assobio monumental...
Sentam-se envergonhados
Sentem-se discriminados...
O vício é o seu grande mal!

Os surdos sempre querem
A música muito alta...
O contrário preferem
Aqueles a quem não falta
O sentido da audição...

É difícil conciliar
Estas duas posições...
Quem ouve bem deve usar
No ouvido uns “tampões”!

Foi um dia bem passado,
Foi um passeio divertido
Onde cada reformado
Se sentiu reconfortado
E alegre por estar vivo


José Mota

 
Autor
PoetaSenior
 
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