O meu pátio tem muitos gatos:
Grandes, médios pequenos
Pretos, brancos e morenos
Tem tudo...só não tem ratos!
São mimados pelos vizinhos
Que os tratam como amigos,
E lhes atiram divertidos
A comida em saquinhos.
Há sempre muita luta...
É o “salve-se quem puder”
O instinto de sobreviver
E a vontade de comer
Geram sempre disputa.
Definir as prioridades?
Vence a lei do mais forte!
Nada contam as idades...
Só come quem tem sorte.
Vi uma gatinha parda
Cercada de filhotes,
Ser de repente afastada
Do sítio dos pacotes...
Esta levava uma sardinha
Aquela um carapau...
Dois lutavam pela espinha
Que ainda continha
Uns restos de bacalhau.
Um cão que não faz mal
Salta e ladra nas janelas...
A debandada é geral...
Agora é que são elas!
Foge o gato malhado!
Salta a gata e os filhos!
Ninguém fica parado
O cão só traz sarilhos.
Foram-se refugiando
Pelos cantos do quintal
Cada um se acautelando
Do barulhento animal.
Canta um melro na antena...
Vem sempre ao cair do dia
Fica a tarde mais amena
E a noite mais serena...
O seu canto traz magia...
Já ia bem alta a lua
Quando tudo se acalmou
Levaram o cão á rua
E o pátio sossegou!
José Mota
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