Imaginamos o lobo sendo mau.
O pastor, como santo,
protege o cordeiro passivo
que fica preso no redil.
Os lobos apenas se alimentam.
Os pastores que tosquiam,
constrangem o pobre cordeiro
e cedo abate o pobre terneiro.
O lobo é vitima do homem.
E do voraz pastor, o cordeiro.
Ele, no entanto, serve de motivos
para ambos viverem.
O pastor constrói e mantém,
no cercado os pobres cordeiros,
presos, explorados;
O lobo, no entanto, é
seu libertador.
Feliz do cordeiro que sai do redil,
que consegue fugir do jugo do pastor.
O lobo o liberta,
mesmo com a dor.
Não quero ser um pastor,
nem mesmo um cordeiro,
nem tampouco um lobo
quero ser.
Quero ser apenas um homem livre,
disposto a aprender.
VEM-29/12/04