Acrósticos : 

[DEFINHANDO]

 
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Oh... – que mulher é essa,
Que se senta ao meu lado?
Que me fala e eu ouço calado,
Em sua fala mansa dispersa.

Oh... – que mulher é essa,
Que me vem da lúdica Micena?
E em silencio, calada, encena,
O reverso da vida, a vida reversa.

Será de Atenas; ou será a Milena?
Será de Tróia a lendária Helena?
E... – isto, lamento – não sei!

Será a Ione da enigmática pompéia?
Ou será a patrícia, a nobre ou a plebéia?
Sei lá... – o que sei... – eu me dei!


II

Não obstante, por que a ovação se não sou decano?
A não ser da dor que em meu peito se inflama,
E insana, a alma, inerte, derrama,
A teus pés em fiel e justo reclamo.

O reclamo que atinge a mulher feita jóia,
A jóia que exala o perfume da flor,
A jóia que brilha em tom multicor,
E outra não é senão a Helena de Tróia.

E eu que sinto; minha alma definha,
Sabendo que sou uma pomba que caminha,
Sem amor, sem Deus e sem paz!

E a culpa é tua querida,
Contigo deixei a minha vida,
Em troca dos singelos beijos teus!




 
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JoseLopes
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 13/10/2008 17:43  Atualizado: 13/10/2008 17:43
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
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 Re: [DEFINHANDO]
Sabe que os teus sonetos casavam com os meus, veja:


TODA MULHER É HELENA!

Tu queres a lua, dama invulgar.
Áulico deseja o augusto símbolo
Fria em aspecto que o faz evolar
E aquela túnica branca, quer violar.

Fausto, tens paixão exaltada pela castelã.
Senhora do céu, infinito particular.
Dos amantes fervorosos, presos ao afã.
Que lhes verte das veias sem minguar

Tu estás em gaguez e gaforinha
Ante ao esférico desejo.
Almejas possuí-la, fazê-la tua rainha.

Mariano, hás de duelar por um beijo.
Helena na terra, lua no céu, um véu...
Avante, aos piparotes, vitória aos lampejos!
II

Queres a noite e seus mistérios?
Anunciado está um olhar azulado
Estrela majestosa, em órbita a te perturbar.
Onde hás de encontrar-te com os delírios

Vestida de festa para o baile celestial
Teu par, girando as arestas.
Bailando por sobre teu corpo, palco ocasional.
Fantasias que a natureza te empresta

Helena, bela e fogosa a menear as madeixas.
Doirados cachos de tuas incertezas
Há de ouvir tuas eloqüentes queixas

Derrubar as muralhas de Tróia
Sucumbir finalmente em teus braços
Balbuciar: _Amo-te! Eis tua glória!