Descubro-te no prazer dos sentidos, no gosto suave e doce da tua boca, na maciez da tua pele quando te encostas em mim. Teus cabelos longos, percorrem-me como vento suave que percorre a planura do meu ventre. És a magia que preenche a minha noite, como sopro quente que me abraça, com a ternura com que me murmuras ao ouvido.
Tomo-te, como pedaço de mim, em meu âmago te recebo, como cálice sagrado onde derramo o meu vinho. Teus seios são um manancial onde meus lábios se refrescam e minha língua se perde em devaneios de doce e terna loucura. Teus olhos devoram-me o olhar, como se o hipnotizasses fazendo-me ver o fundo da tua alma, imaculada.
A plenitude que em nós descobrimos, completa-nos com tamanha intensidade que nos deixa completamente extasiados, este diluvio divino, transforma-nos em seres mágicos capazes de se desmaterializarem, de regressarem ao próprio éter da alma. Nesta atmosfera primordial, não somos mais que raios de luz, átomos que se fundem num único corpo, uma nova estrela que acaba de nascer.