Julgo estar certo quando me engano,
Quando penso conhecer os outros,
Quando vejo reflectida a imagem,
O espelho líquido em que me revejo.
Somos imprevisíveis, sei-o tão bem,
Sentindo a deriva no mar da sorte,
Ou mudados de rumo pelo leme,
A tábua empurrada até à morte.
Sou imprevisível, sei-o também,
Quando aparento ser e não sou, sei-o,
Que não sou eu, que perdi o BI,
Que sou o que gosto… e o que odeio.
Imperfeitos também somos, é claro!
Nem se espera outra coisa de cópias.
De cópias de cópias até aos originais,
Cópias e mais cópias, fazendo a ponte.
A Ligação no tempo aos habitantes do Eden,
Paraíso cruel, povoado de feras e bestas.
Tanta reprodução gerou, de lá para cá,
Imperfeitas, imprecisas, … cópias, … nada mais!
Que somos então, senão reprodução?
Ansiamos Deus perpétuo e esquecemos
Ser simples Homens, destinados a rumo
Desconhecido, recalcado a giz, ... à mão livre!
Boa semana!
Garrido Carvalho
Outubro ‘08