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O FANTASMA JUSTICEIRO

 
A meninada em volta da mesa esperava que tia Mimi servisse o jantar.
_Bota o meu !
_O meu primeiro !_ dizia Ana_Estou com mais fome !
Tia Mimí aborrecida ralhou com as crianças, e disse que o fantasma Justiceiro das matas não gostava de meninas bagunceiras, e que a meia noite castigava quem tivesse feito bagunça durante o dia.
Foi como água na fervura.Ficaram muito quietinhas com medo.
_Tia Mimí, fala pra gente, quem é esse tal fantasma ?
_Fala, tia Mimí !
_Conta pra gente ! _falou Elizabete.
_Bem, disse tia Mimí, _ eu vou contar um caso que aconteceu aqui no vilarejo com uma menina muito bagunceira e mal-ouvida que respondia desaforos para sua mãe;foi assim:
Um casal possuía uma única filha; tudo que ela queria seus pais faziam. Ela ficou muito cheia de vontades, e quando cresceu, começou a fazer malcriações e não respeitava mais ninguém. Seus pais estavam muito tristes, pois queriam muito bem a filha, e ela retribuía o amor dos pais com grosserias.Certo dia ela fez tanta bagunça em sua casa, que sua mãe ficou tão nervosa, que logo começou a chorar. Seu pai também muitro nervoso, falou:_ Viu o que você fez com sua mãe? Agora ela está chorando por sua casa! E você bem sabe que existe um fantasma que habita as matas: Fantasma Justiceiro. Ele é invisível e pode estar aqui, neste momento, vendo você fazer estas malcriações e malvadezas com sua mãe.
A menina ficou tremendo dos pés a cabeça, pois já conhecia-o de nome, e sabia que ele era justo; sabia também que ele se acalmava com uma única coisa: balas e cocadas. Quando anoiteceu, antes de seus pais fecharem as portas, ela colocou no canto da janela um bocado de balas que apanhara do seu priminho mais novo para enganar o fantasma. Tinha certeza que ele iria castigá-la; deitou-se na cama muito nervosa, não conseguia dormir; começou a rezar baixinho pedindo a proteção de todos os santos; mas não adiantou nem as rezas, nem as balas porque o fantasma estava tão zangado com ela, que logo que acabou de comer as balas, entrou com uma varinha de marmelo e lapiou o bumbum da menina, deixando-o roxo que nem uma beringela. A menina começou a gritar prometendo-lhe várias coisas e dizia:
_Fantasma, não me bata mais ! Prometo que nunca mais faço bagunça, nem vou mais desobedecer meus pais.
Quanto mais ela pedia, mais ele batia, porque sabia que ela não estava sendo sincera, e queria dar-lhe uma lição para que ela nunca mais fizesse aquelas coisas; ela pulava de um lado para o outro, igual a uma bola de ping-pong tentando ivrar-se das lapadas, mas não conseguia; sendo o fantasma invisível, ela não saía da mira da varinha de marmelo, ou melhor, seu traseiro. Então, no dia seguinte, depois daquela surra, nunca mais desobedeceu os pais com medo que o fantasma Justiceiro voltasse.
_ Tia Mimí, é verdade essa história de fantasmas ?_ ´perguntou Ana.
_ É claro que é verdade! Acham que eu estou mentindo ? _ falou tia Mimí.
Tia Mimí continuou a falar do tal espírito.
_ Ele só gosta de sair nas noites esscuras; quando é noite de lua, ele some. E dizem que ele só volta quando ela vai embora. Antes ele arranja bastante doces para não faltar. Os doces que lhe são oferecidos, ele vai armazenando, pois ele não rouba. É justo demais; jamais roubaria.
As balas ele só comia de vez em quando, não para se alimentar, pois já se alimentava de justiça. Sempre que uma criança faz coisas erradas e nunca se comporta, dizem que o Justiceiro vem e dá umas boas lambadas no bumbum das danadinhas e aí fica forte. É como se tivesse comido uma boa refeição com muitas proteínas e sais minerais; depois fica viajando por lugares onde há menininhas chatinhas e choronas que não dão sossego aos pais. Quando são muito pequenininhas, ele só dá umas palmadinhas michurucas, o castigo com a vara é só para as crescidinhas senvergonhas e respondonas.
A meninada que ouvia tia Mimí, já estava ficando com medo, e Elizabete fez beiço pra chorar. Foi qaundo tia Mimí acalmou-a dizendo que o Fantasma nunca iía fazer justiça alí, porque elas eram todas boazinhas, e se fizeram alguma danaçãozinha, não iam cometê-las novamente, agora que sabiam da existência do fantasma justiceiro.
Foi com esta história que tia Mimí conseguiu que suas sobrinhas ficassem obedientes sem ter que estar batendo ou com castigos corporais.
Todas as crianças obedecem com uma boa conversa; não custa tentar.
O Fantasma Justiceiro jamais perturba criança boazinha, ao contrário, ele dá doces, em vez de pedir; ele acaricia, em vez de bater. Portanto as meninas boazinhas e meninos bonzinhos não tem que ter medo do FANTASMA JUSTICEIRO.

Mônickla Christi

(História escrita por Mônicka Christi quando criança aos 09 anos de idade e com a qual participou de diversos concursos literários escolares no primário).


O homem justo cresce e se desenvolve ético por opção, não por coersão.


Mônicka Christi


 
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Mônickachristi
 
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Enviado por Tópico
vandapaz
Publicado: 10/10/2008 21:50  Atualizado: 10/10/2008 21:50
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 Re: O FANTASMA JUSTICEIRO
Por vezes uma boa história evita o castigo

Gostei da moral

Abraço