Numa excursão submarina no profundo mar, os pesquisadores examinavam a paisagem marinha, quando de repente captaram, tanto no visor como no gravador, vozesinhas muito finas. No visor apareciam duas ostrinhas.. mas a voz ? Quem seria ? Apurou o ouvido e não teve dúvidas. Aquelas duas pequenas ostrinhas estavam conversando. Era incrível ! Estavam revoltadas falando sobre a poluição, os detritos que os humanos jogavam nas águas e que causavam a morte de muitos peixes; estava até parecendo discurso de político. Os pesquisadores pararam os motores do submarino e mandaram os mergulhadores capsturar aquela ostrinha falante; ela era uma agitadora. Colocaram a pobrezinha dentro de um aquário obedecendo as ordens dos cientistas pesquisadores. Esta comitiva de estudiosos no assunto era compsota por várrias personalidades, dentre elas se destacavam o professor Gaçuim, doutor Dentaço...etc e tal. Bem, chegando ao cais, transportaram a ostrinha para um aquário melhor e maior. Aquela raridade marinha ia ser motivo de grandes manchetes.
Após algumas semanas no laboratório, a Ostrinha começou a entristecer, não suportava o cheiro do cigarro, nem de bebidas alcóolicas que aqueles pesquisadores costumavam ingerir. Por mais que eles tentassem não conseguiam arrancar uma palavra daquela ostrinha angustiada e violentada em seus direitos, que era o de permancer no mar. Certo dia, ela resolveu falar: _ Eu só colaboro se aceitarem minhas imposições! De vocês deixarem de poluir nossa morada, e deixarem a gente viver em paz! E embora que para isso eu tenha que dar a minha própria vida.
A Ostrinha falava d maneira comovente sobre a situação no mar; dava pena. Tinha momentos realmente tristes. Esses eram quando ela falava da saudade daquele tempo em que o mar era romãntico e bonito, onde plantas aquáticas, crustáceos e rochas marinhas formavam uma bela e exótica paisagem, e que pelos estudiosos foram destruídos, pois eles não souberam preservar sua naturalidade.
Estas coisas faladas com emoção pela Ostrinha, faziam com que os pesquisadores chorassem arrependidos po terem arrancado aquela indefeza do seio de seus familiares. Os pesquisadores nada mais conseguiam descobrir, além daquela Ostrinha tagarela, não havia outra, mesmo sua coleguinha com quem falava no dia quando fora capturada não dizia uma palavra, ou então estava era mesmo implicando com aqueles cientistas bobos. Eles queriam saber porque aquela Ostrinha falava e era tão sentimental, até já haviam surpreendido aquela coisinha solfejando uma linda música.' Pelos mares verdes azuis mais profundos
Milhões de amiguinhos fiz
Raridades ferozes e mansas
Beleza sem par, que ninguém viu.
Pelos mares verdes azuis mais profundos
Habitei, eu sorri, fui feliz
Sou um ser que ainda vive
Maravilhas sei que ainda existe
No meu mundo marinho sem igual.
Mas isso já fazia algumas semanas, porque agora, ela caira num estado desanimador, não aguentava mais aquela vida de prisioneira; estava psicologicamente doente. Nas longas noites ela delirava saudades dos seus amiguinhos do mar. Como chorava a coitadinha!... Estava inconsolável, os estudiosos não sabiam o que fazer. Não queriam mais nem participar de excursões, e já estava marcada.
Já fazia tempo que a ostrinha estva em poder dos cientistas, e conhecia muitos produtos, dentre eles o veneno, pois também trabalhavam com esse horrível produto mortífero. Desesperada a Ostrinha dizia:
_ O que foi que eu fiz com os homens ? Porque eles me torturam assim ? Por que não me matam de uma vez ? Se já mataram muitos de meus amiguinhos jogando produtos ruins no mar ? Por favor ! Eu quero partir ! Dêem-me um pouco de ars~enico ! Não me importo de ir para o outro mundo, pois sei que um dia eu irei...Acabem com isso ! Sei que é errado apressar, e apesar de saber o quanto é errado tirar algo como a vida que o Mestre e Pai Celestial nos deu. Estou me acabando aos poucos, lentamente...não vêem que quero a natureza ? O meu mar ? Não percebem que eu não me sinto bem dentro dessas paredes de vidro com água e jardins fabricados.
Foi marcada nova excursão, porém, antes da data, Ostrinha falece. Sabem como ? Um cientista descuidado deixou perto do aquário um vidro do veneno. A Ostrinha, desesperada pegou um galinho de plástico do jardim do aquário, e com este auxílio, ela puxou o vidro de solvente e bebeu váriuos goles, morrendo estantaneamente. Os cientistas ficaram desesperados.Ainda tentaram a respiração artificial. Vendo eles que não dava resultado, fizeram um exame acurado, descobrindo tarde demais que a Ostrinha estava irremediavelmente morta por envenenamento. Foram até a geladeira pegar um litro de leite, mas não adiantou; os lábios da pobrezinha estavam cerrados; seus olhos entreabertos denunciavam seu estado... Um deles foi até o aquário para saber se a Ostrinha tinha deixado algum vestígio ou mesmo uma lembrança. O que encontraraqm foi o galho arrancado e o vidro de veneno sem a tampa nbo fundo do aquário. Seu corpo foi mandado de volta para seus familiares onde teve um enterro decente, com muito choro e tristeza, mas digno de uma Ostrinha falante.
Depois desta horrível tragédia, os pesquisadores passarm a tomar mais cuidado, a fiscalizar os poluidores do mar para que isto não ocorra mais, para que não torne a se repetir. Descobriram que existem maneiras de evoluirmos sem danificar a natureza, de desenvolver nossa tecnologia sem ofendermos os outros tipos de vida existentes. Também descobriram que matando outros seres com alma ou sem alma, destruindo vidas marinhas ou qualquer tipo de vida do universo, esse universo se acabaria, e todos nós retornaríamos à pré-história, e teríamos que recomeçar tudo novamente.
Chegou o dia da excursão. Todos os pesquisadores se recusaram a ir, ficaram traqumatizados com a morte da ostrinha falante. Precisou o chefe contratar novos pesquisadores, pois aqueles fizeram um juramento de nunca mais mandar capturar ostrinhas falante. Elas que ficassem para sempre no mar; tamém juraram nunca mais jogar produtos químicos nas águas, e fazer campanhas a favor da natureza. Estavam realmente arrependidos. Começaram a pensar de como seria ruim o mundo sem as maravilhas da natureza. A ostrinha Falante com toda certeza foi para o céu ficar junto com seus amiguinhos para sempre, longe da maldade humana.
Não há um ser que viva inteiramente dependente ou independente de outro; não há vida que não tenha beleza; não existem limites para a imaginação. Nada impede o futuro, se não nós mesmos.
(Esta história foi escrita por Mônicka Christi aos 10 anos de idade com o qual participou de vários concursos escolares)
O homem justo cresce e se desenvolve ético por opção, não por coersão.
Mônicka Christi