Entre flores silvestres, papoilas e espinhos,
lugar abundante, solarengo, de mal cultivo,
nasceu, do nada, sozinha, entre os vizinhos,
uma flor-de-lis, que a quem passava, cativo
deixava, ante a beleza. E, abrindo caminhos,
fiz desses novos trilhos, meu recente abrigo,
familiarizando-me com a flor os passarinhos,
adormecendo satisfeito entre cevada e trigo.
Não querendo ao abandono, dei tino e rumo,
ao meu caminho diário, apenas para a visitar,
enchendo a paisagem, e, da natureza o sumo.
Confesso que pensei trazê-la, pra meu jardim,
mas o que há natureza é devido, fica o cismar,
entre a dúvida do Homem, sonhando-a pra si.
Jorge Humberto
09/10/08