Acordar com a almofada babada
O cheiro a corno queimado
As vozes de cana rachada
Trabalhar num dia feriado
Custam-me os detalhes da vida
Mas aceito em paz a Dor sentida
Palmadinhas nas costas em dia feliz
Criticas fora de tempo útil
Criar filho para ter o que eu sempre quis
Usar a sabedoria como um fuzil
Quero gastar o que já temos
Não quero pensar em quem seremos
Detesto gente barata coberta de coisas ricas
Casamentos de Verão com gordos envelopes
Não entendo quando me dizes para partir e ficas
Enjoam-me os fast-foods e os bitoques
Quero dormir para não sentir
Quero acordar para me rir
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.