Não se iludam, poetas,
Com meu mavioso canto,
Só faço florescer letras
Para aliviar meu pranto
Desiludam-se, poetas,
A minha força é quimera
Inventada nas valetas
Duma ilusão tão mera!
Não se enganem, poetas,
Os sonhos que roubo à Vida
São volantes violetas,
Só voos em tentativa...
Desenganem-se, poetas,
A força que me sentis
É estertor de borboleta
Em atoleiros hostis.
Mas...
Eu agradeço, poetas,
O vosso toque de Midas.
Fazem de férreas grilhetas
Áureas asas feridas...
Teresa Teixeira