Vibra com o vento
Ele chama por ti
Para compor mais uma peça,
Mais uma maravilha,
Mais um esboço.
A criatividade é livre.
Contorna obstáculos,
Pára, avança,
Segue, pressente.
Já chorastes de alegria, hoje?
Vem, escuta o vento
Essa canção de ser
Movido pelo compasso da natura
E tocado pelo sentimento.
Já abraçastes o vento, hoje?
Vem e descobre o que o futuro te reserva
E apresenta aos pais do Sempre
A tua obra de quem és tu
O puro movimento.
Sempre que segues o teu instinto
Crias o que desenhas nas tuas ondas
De escrita, do som, do pincel, das artes.
Tudo se transforma com um simples movimento
Que é ocorrido pelo vento.
Já sentistes a Lua a sussurrar ao ouvido, hoje?
Fá-lo com se estivesse a renascer de novo
E talvez, algum dia, estaremos atentos
Às novas sementes da inspiração
Plantadas pelo espírito livre
E colhidas pelo vento em ventre materno.
Já sentistes, hoje, o doce aroma da música?
Um tom, uma nota, uma palavra,
Um grupo, uma tela, um dicionário,
Uma experiência de vida, um sorriso,
Um acto de ar em movimento.
Tudo é resumido ao acto único.
Já sentistes, hoje, a mão livre do pensamento?
Vem. Vem sentir o vento
Esse nosso eterno vento
Para plantar novos pensamentos
Junto ao rio das futuras gerações.
Já olhastes ao espelho da virtude, hoje?
Então pega no instrumento
E fá-lo como vento
Contínuo e disperso
O inato momento
De inspiração presente.
Já fizestes sorrir o amor, hoje?
E não pares até conseguires
Que alcançastes esse momento.
Já te encontrastes comigo, hoje?
P de BATISTA
@Setúbal, 7-10-2008