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Triste almas penadas que do purgatório sorriem a beira do percepicio. Sorriem encantados com as musas, desnudas e afáveis, que de uma maneira insana provocam o desmembrar dos corpos ocos e estéreis. Do alto das torres dos céus os anjos alertam para o crescer do sofrimento dos espíritos mundanos. Cantam em uníssono uma melodia de diáspora, como um simples aviso às almas perdidas. Com um simples toque, as musas, estes seres etéreos, inatingíveis e intemporais, transformam a pureza mais límpida da alma num rodopio de confusão e prazer suicida. Sem armas para defender o corpo e a mente, resta simplesmente um olhar para para os céus, apelando aos anjos para que nesta rede de de loucura não caiam, pois o fio que os ligava ao mundo físico foi cortado e atirado para um abismo infinito. Na terra correram os sete mares à procura de um diapasão que transforma-se a pedra em ouro, passando trucidando tudo e todos à passagem. Agora a paga é simplesmente sofrer o prazer da destruição do próprio ser, do próprio corpo.
"Quanto maior a armadura, mais frágil é o ser que nela habita!"
Re: Perdidos
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