É tarde e a noite entrou em mim
No dia em que entraste na minha vida
Se escuro estou a ti te devo, querida,
Se te procuro porque foges assim…
Não te mereço? Não te desejo?
O que falta em mim não sei
Lágrimas não me restam e ficarei
Sempre triste, sozinho, cego estou se nada vejo.
História repleta de falsos alarmes em que eu te amava
Em que mostravas amor, carinho,
Amor, carinho a dobrar eu mostrava
Mas agora vejo o fundo da garrafa de tinto
E não estás lá.
Para onde foste? Por onde andas?
Se na garrafa e no copo não estás
Andas pela rua, demasiado sóbria para mim. Ainda me amas?
Agora amo a minha vida, o tinto e o copo e o garrafão
São a única razão de vida, e como passo o meu serão.
São duas da manhã e agarro a minha caneta
Com dedos gordurosos e nojentos e feios
Escrevo com o fim de esquecer esta paixoneta
Mas não me consigo esquecer dos meios
Em que te amei, em que me parecias amar.
Mas nem tudo é o que parece.
Escrito pela noite dentro a 3 de Outubro de 2008
Agradeço comentários.